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Cyberbullying





É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares. É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Esse tormento que é a agressão pela internet faz com que a criança e o adolescente se sentirem humilhados e não mais seguros em lugar algum, em momento algum.
Normalmente, os menores, mais novos ou mais vulneráveis são as vítimas dos agressores. Eles escolhem as crianças que consideram diferentes, as que não usam roupas da moda, que vêm de uma minoria étnica, social ou racial. Por exemplo: as mais atrapalhadas, mais gordinhas, que têm as melhores notas ou que sejam tímidas. A verdade é que quem está a fim de machucar, humilhar ou excluir alguém do seu grupo de amigos não precisa de muito. O agressor não só humilha as vítimas como também afeta as testemunhas, especialmente quando elas não sabem o que fazer a respeito.
Para Bill Belsey, um dos pioneiros no estudo do bullying mediado pelas tecnologias de comunicação, o cyberbullying pode ser definido como aquele que: “envolve o uso de tecnologias da informação e da comunicação como e-mails, celulares, pagers, mensagens instantâneas, salas de bate-papo, sites difamatórios, enquetes pessoais com fins pejorativos colocados on-line, etc., com a finalidade de legitimar comportamentos hostis, deliberados e repetitivos, produzidos individualmente ou em grupos, para causar danos a outros” (http://www.cyberbullying.org/).
Práticas comissivas, ou seja, consistentes num fazer por parte do agressor, são de regra facilmente identificáveis pela vítima e quem tenha virtualmente estado presente à sua prática ou continuidade da produção de seus efeitos. As práticas consistentes em fazer algo ocorrem de regra de forma declarada, aberta senão para todos, ao menos para um grupo composto por aqueles com quem a vítima tem ou deseja conviver virtualmente.
Se nas agressões por comissão a vítima e circundantes podem “ver” o que está ocorrendo, permitindo que adirem, se omitam, ou reajam às suas ocorrências, as agressões por comissão expressam por parte do agressor um quê de crueldade a mais, já que de regra apenas a vítima direta da sua prática sabem o que ocorre.
Se essa causa se aproveita da vulnerabilidade (visibilidade e dispersão dos atos de agressão e seus reflexos) a que a vivência virtual expõe a vítima, a sua prática através de atos omissivos são mais perniciosos os comissivos, pois reduzem as chances de reação por parte dela a praticamente zero.
Pois isso é comum nas redes sociais, que são um ambiente propício à prática nefasta do bullying digital pela democratização de seu acesso, amplitude da dispersão da sua prática e quase inexistência de meios de controle preventivos de suas ocorrências pelos administradores e virtual inviabilização de mecanismos de reação e/ou defesa por parte da(s) vítima(s).
Na rede social denominada Orkut (http://www.orkut.com/Main?tab=w0#Home) existem ambientes que agrupam perfis de pessoas por afinidade de interesses. São as “comunidades” do Orkut.
Tais “comunidades” são administradas por proprietários (seus criadores) e moderadores, escolhidos pelos primeiros. O ingresso pode ser livre, ou seja, qualquer um pode solicitar participação sendo automático o aceite, ou então depender de aprovação pelos proprietários e/ou moderadores. Estas são denominadas “comunidades fechadas”.
Apesar de boa parte dos adultos e pais não tomarem conhecimento desses fatos (apenas 1 em cada 10 adolescentes contam aos pais quando são vítimas de cyberbullying), esses casos são assustadoramente comuns. Pesquisas indicam que mais da metade dos adolescentes são vítimas de bullying online. É necessário que os pais acompanhem de perto o que acontece na vida virtual dos seus filhos, e uma dica dada por muitos especialistas é que os computadores utilizados por crianças e adolescentes precisam estar em locais centrais nas residências. Os pais precisam acompanhar o tipo de comunicação que os filhos estão tendo, e passar segurança para que, em casos de ameaças, os filhos não ficarão sem acesso ao computador, mas que relatem o fato para que possam ser auxiliados. Também é fundamental recomendar que não compartilhem senhas e fotos íntimas mesmo com pessoas que julguem da maior confiança.
Um dos tipos de cyberbullying mais comuns é ridicularizar alguém sobre o seu modo de vestir, ou etnia, religião etc. Um caso espantoso desse tipo que teve muita repercussão neste ano foi o causado por, vejam só, uma professora universitária no RJ. Ela postou no seu perfil do Facebook uma foto debochando da aparência de um passageiro no saguão do Aeroporto Santos Dumont. Esta foto foi sendo compartilhada e acabou chegando à própria vítima fotografada, um advogado em viagem de férias. A professora foi afastada do seu cargo na universidade onde trabalha e a vítima anunciou que a processaria judicialmente. A repercussão do caso talvez tenha servido de exemplo para outras pessoas que acham que podem debochar de alguém impunemente, principalmente se este deboche for através de redes sociais, onde os comentários dificilmente ficam privativos.
O Brasil conta atualmente com 94,2 milhões de usuários de internet, incluindo uma população com idade a partir de 2 anos, com acesso em qualquer ambiente (em casa, no trabalho, na escola, em lan houses e em outros locais); destes, 46 milhões são usuários de redes sociais, de acordo com o mais recente levantamento feito pelo Ibope (3.º trimestre de 2012). O Facebook, por exemplo, desde que iniciou as suas operações, conta com a participação de 73 milhões de brasileiros.

O bullying na internet é muito diferente do praticado pessoalmente, porque as mensagens e imagens podem ser:

- Enviadas em qualquer hora e em qualquer lugar
- Compartilhadas com muita gente e enviadas anonimamente

Crianças e jovens envolvidos são mais propícios a:

- Faltar na escola
- Tirar notas baixas
- Ter uma baixa autoestima
- Desenvolver problemas de saúde

Crianças e jovens que são vítimas do bullying virtual são mais propensas a:

- Faltar às aulas
- Sofrer bullying pessoalmente em rede.

É esse sentimento de derrota, de ser a única pessoa errada ou diferente no grupo, que faz com que muita gente - principalmente adolescentes - entre em depressão profunda. Basta uma pesquisa rápida no Google para encontrar as tristes e cada vez mais comuns histórias de jovens que não suportaram o sofrimento e se matam. No filme Quebra de Silêncio, retrata sobre o que é o Bullying, o que é inaceitável para todos no ambiente escolar.
Todo mundo conhece histórias de celebridades que sofreram bullying quando ainda eram anônimas e deram a volta por cima. Na lista tem Gisele Bündchen, Lady Gaga e agora até Christina Hendricks, a ruiva Joan da série Mad Men. Mas são as histórias de pessoas comuns que considero as mais inspiradoras. Afinal, se gente como a gente, sem fama ou poderes especiais, conseguiu dar a volta por cima, e ainda usar as redes para passar uma mensagem bacana para milhares de pessoas, nós também podemos.





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