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Terrorismo nas Redes Sociais




Ao mesmo tempo em que facilitam a comunicação, mídias sociais como Facebook e Twitter são usadas por extremistas para propagar ideologias e recrutar seguidores. Desde o aparecimento das redes sociais, os grupos terroristas souberam usá-las com enorme eficácia para disseminar a mensagem das suas teorias aos adeptos e também para recrutar novos elementos, através da divulgação de propaganda sem contraditório, sendo mesmo transmitidas pela comunicação social sem qualquer filtro.
 Estamos numa fase em que o terrorismo voltou a ganhar uma nova expressão, a comunicação social voltou a estar alerta e, depois do massacre ao Charlie Hebdo, também as autoridades parecem mais atentas a todas as movimentações que levantem suspeitas. Ao mesmo tempo em que facilitam a comunicação, mídias sociais como Facebook e Twitter são usadas por extremistas para propagar ideologias e recrutar seguidores, desafiando governos e ONGs.
Para piorar esta visão há ainda que ter em conta que são os jovens os mais aliciados para fazer parte destes grupos terroristas e são também eles os mais influenciados e susceptíveis ao tipo de mensagens partilhadas nas redes. A propagação do terrorismo está a ser cada vez mais criativa. Por exemplo, durante o campeonato Mundial de Futebol de 2014, a hashtag #WorldCup2014 foi utilizada como meio de divulgação e propaganda ao terrorismo.
Em dezembro do ano passado, a polícia indiana prendeu um homem de 24 anos, supostamente responsável por operar uma conta do Twitter ligada ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) a partir de Bangalore, centro de Tecnologia da Informação do país.
O jovem em questão, Mehdi Masroor Biswas, era um promissor engenheiro de software, com uma carreira brilhante pela frente. Ele é acusado de usar seu talento para angariar cerca de 20 mil seguidores para a conta do EI no Twitter.
As supostas atividades de Biswas e dos recrutadores do grupo extremista que operam via Twitter e Facebook evidenciam como terroristas estão usando as redes sociais para conquistar mais seguidores. Na segunda-feira (22/06), a Europol anunciou a criação de uma nova unidade policial com o objetivo de desativar contas nas redes sociais usadas pelo EI como propaganda e para recrutar estrangeiros.
Redes sociais são uma maneira extremamente efetiva de transmitir uma mensagem a um público alvo. O meio superou a pornografia como atividade número um da internet em julho de 2009, diz Maria Ressa, diretora executiva da Rappler, uma rede social de notícias.Durante uma rodada de discussão na atual edição do Global Media Forum, Ressa citou um estudo da Universidade
Stanford segundo o qual quando se está nas redes sociais, os níveis de certas substâncias químicas, como a dopamina e oxicitocina, o hormônio do amor, se elevam.
Tweets e posts no Facebook transmitem emoções ao leitor, e mensagens de grupos terroristas costumam ter algo de "divertido", afirma Gulmina Bilal, diretora executiva da Individualland, uma ONG no Paquistão.
Pois isso não é novidade nenhuma que os terroristas também se beneficiem das redes sociais, seja para a propagação de seus atos como para o recrutamento de novos aliados. Isso, no entanto, não quer dizer que as plataformas são ruins e devem ser extintas para acabar com o terrorismo.
Pobreza, solidão e ausência de vida amorosa são fatores que podem fazer com que pessoas comuns sejam vítimas de grupos terroristas, atraídas por suas ideologias, diz Bilal. Enquanto alguns recorrem a amigos, outros são conquistados por ativistas do terrorismo e recrutadores.
Militantes do Al Shabaab na Somália, por exemplo, frequentemente prometem mais dinheiro e um futuro melhor para atrair combatentes do Quênia e da Tanzânia, diz Bakari S. Machumu, editor da Mwananchi Communications, na Tanzânia. Jovens muitas vezes vão a campos de treinamento terroristas com a ideia de que poderão trabalhar por lá e enviar dinheiro para casa.
A luta contra o terrorismo quase sempre afeta as liberdades civis. Na Tanzânia, Machumu diz que a desconfiança da sociedade no governo aumentou depois que foram promulgadas leis contra crimes na internet. Uma nova lei permite que a polícia confisque computadores de jornalistas, por exemplo.
Graças às redes sociais também é possível acompanhar o minuto a minuto da guerra contra o terror através de testemunhas. Em abril, o mundo ficou sabendo da operação que matou Osama Bin Laden no Paquistão ao mesmo tempo em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acompanhava do seu gabinete. O responsável foi o técnico de informática Sohaib Athar que relatou no Twitter a movimentação atípica de helicópteros e explosões perto de sua casa.
No entanto, ainda há esperança. Até mesmo em países como o Afeganistão, onde o medo do Talibã é grande, as pessoas estão começando a se manifestar contra terroristas e confrontar suas ideologias nas redes sociais.

  






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